sábado, 24 de dezembro de 2011

Glória a Deus nas alturas!

“Glória a Deus nas maiores alturas, paz na Terra e boa vontade entre os homens!”

Essa saudação angélica aos pastores, em Belém da Judéia, na madrugada em que nasceu Jesus de Nazaré, anunciava o cumprimento de várias profecias, e a consecução de uma promessa, o nascimento da criança prometida do jardim: o descendente da mulher, que esmagaria a cabeça do serpente, signo do adversário de nossas almas, fomentador da confusão que inviabiliza qualquer relacionamento, seja com o Deus, seja consigo mesmo, seja com o próximo.

O Deus Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), através do Filho, de quem a criança da manjedoura, nascida sob a sombra da cruz, e à luz da ressurreição, é a encarnação, oferecia a sua própria vida para que houvesse paz.

Nesse gesto, ao satisfazer o princípio de justiça, que permite o sustento do Universo, a Trindade eterna semeava o princípio da graça, o princípio do favor imerecido, que permite o perdão.

A Trindade eterna pode perdoar-nos por nossas ofensas. Perdoados, nos reencontramos com o Eterno, e, assim, conosco, pois a identidade de cada um de nós estava nos aguardando em Deus, e fica desvendada a razão de nossa existência: comungar com a Divindade Trina. E, conscientes e movidos pela graça, podemos oferecer ao outro o perdão, que é a condição para a paz, e a semeadura da justiça.

É Natal, Jesus nasceu! O Deus veio ao nosso encontro para que possamos nos achar na existência, e, então, encontrar o outro na vida, que, necessariamente, deve ser compartilhada entre todos, para que a dignidade, que impõe a satisfação das condições necessárias para um viver com a melhor qualidade, seja um bem universal.

Feliz Natal!

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Ariovaldo Ramos, filósofo, teólogo, pastor na Comunidade Cristã Reformada (São Paulo) e embaixador da Aliança Evangélica Brasileira e da ONG Visão Mundial.


 Fonte:http://www.ultimato.com.br/conteudo/gloria-a-deus-nas-alturas
 

sábado, 10 de dezembro de 2011

#Música para Juventude



Leon Souza
Unijovem Mares

O desenvolvimento é uma aspiração da juventude

(Adital) O Brasil vive um momento singular também para a sua juventude. O momento é marcado pelo bônus demográfico, quando temos a maior População Economicamente Ativa (e a mais jovem) de nossa História. São cerca de 52 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, mais de 50% da PEA. Isso torna incontornável ao desafio do desenvolvimento abrir à juventude um horizonte de direitos, considerá-la protagonista desse momento.
O movimento sindical classista busca qualificar e disputar o modelo do desenvolvimento, através da valorização do trabalho, o que pode integrar a nova geração em uma trajetória de direitos e oportunidades, numa curva de elevação de salários, de formação profissional, de fortalecimento do mercado interno, de incorporação de valor e tecnologia à produção, com a afirmação do Brasil, uma integração de novo tipo na América Latina e o crescimento das relações Sul-Sul.
Esse desafio é imenso. A oportunidade do bônus demográfico é transitória. Doravante, nosso crescimento vegetativo levará ao envelhecimento da população, que trará em si a qualidade de vida que pôde construir nesses anos que vivemos. Os piores indicadores sociais afligem a juventude atual, que sofre ainda os prejuízos de mais de 20 anos de crise e recessão, agravados pelo neoliberalismo. Esse déficit social não foi equacionado, e mesmo com os avanços, muito houve de lentidão e de concessões feitas pelo projeto mudancista iniciado por Lula. Elas tiveram seu impacto na inclusão juvenil, porque o ritmo do crescimento econômico e da produção, os empregos, os direitos, tudo é condicionado à correlação de forças dessa época de hegemonia do capital financeiro, aprofundada pelo neoliberalismo, que ainda não foi vencido.
A juventude e o Brasil não podem mais esperar
Deixar a juventude envelhecer desempregada, nas prisões, sem saúde, sem cultura, sem escola, que é o que o neoliberalismo nos impõe, é sobretudo, uma decisão política, que nos legaria um futuro de privações, tristezas e submissão. Só uma política estratégica, com recursos, pode enfrentar o desafio da juventude e do desenvolvimento. Duas coisas interessam à juventude: ter prioridade para o desenvolvimento nacional, o que torna inescapável a necessidade de derrotar o capital financeiro que parasita a Nação, cobrando preço altíssimo exatamente à juventude.
Há quase uma década da primeira eleição de Lula, quais as políticas públicas que de fato mudaram a vida dos jovens brasileiros? Destacam-se as que lhes apontam o caminho da escola e do trabalho qualificado e com direitos, abrindo caminho à emancipação, que se efetiva com a incorporação a uma vida adulta plena. As iniciativas mais consistentes são políticas como a reserva de vagas, as cotas, o Bolsa Família (graças à obrigatoriedade de frequência escolar), o PROUNI, o REUNI e o PROJOVEM – com seu êxito a depender da incorporação dos jovens em situação de vulnerabilidade à escola e ao trabalho. E daí advém as expectativas positivas a respeito do PRONATEC, que propõe educação profissional para 8 milhões de brasileiros(as).
Os rentistas atrasam o Brasil
Os limites de tais políticas foram claramente influenciados pela capacidade de investimento do Estado Brasileiro, submetido ao constrangimento do rentismo, que impõe uma política monetária que onera a produção e o consumo. Em 2010, ela nos custou a bagatela de 44,93% do Orçamento da União, conforme ilustrou a revista Le Monde Diplomatique Brasil, em junho, que nos traz o interessante gráfico a seguir. Importante recordar que Tiradentes lutava contra o quinto que pagávamos a Portugal, que era 20% do ouro, e por isso foi esquartejado, teve seu corpo exposto à fome dos urubus, teve sua casa demolida e salgada, para que nada nascesse em seu solo. Ainda hoje é assim, vejam só!

Esses 635 bilhões de reais foram para os rentistas, os banqueiros, o capital financeiro, sangrando a produção, a educação, a saúde, os trabalhadores e o povo. O que se fez, e muito se fez, foi apesar disso, e não graças ao suposto rigor fiscal, como apregoa a imprensa golpista, o capital financeiro e seus sócios. Por isso é tão importante defender as mudanças na política econômica, enfim iniciadas após as manifestações de estudantes e trabalhadores do campo e da cidade realizadas em agosto, em especial as sucessivas reduções da taxa SELIC – que remunera os títulos da dívida pública, encarece o crédito e a produção. É preciso tornar sem retorno tais mudanças, conformando um novo pacto nacional que valorize a produção, o trabalho, o investimento produtivo e a mudança da face do país, no contexto do Pré-Sal, dos grandes eventos esportivos e da retomada do crescimento econômico, e apesar da crise. Em um contexto desses os jovens serão a mola, e não o calcanhar de Aquiles do desenvolvimento.

Fonte:  http://ultimato.com.br/sites/jovem/2011/12/07/o-desenvolvimento-e-uma-aspiracao-da-juventude/

sábado, 3 de dezembro de 2011

#Música para Juventude

Leon Souza
Unijovem Mares

Advento sitiado

Atualizando a parábola do rico e do pobre, ou o confronto de João Batista com Herodes, banquetes, ceias, e comemorações de fim de ano, uma festa para a massificação do consumo e desperdício está em andamento, e ao mesmo tempo se exibe uma falsa privacidade. Ninguém pode mais concordar com Hegel, filósofo muito interessante. É uma pena! Dizia que “a privacidade nos ajuda a viver num mundo sem compaixão”. Hoje, esse conceito não funciona mais. Para muitos não há mais um mundo privado para reflexão. Agimos “como um cão que volta ao seu vômito” (Lc 16,19-31). De que vale a privacidade num mundo assim? A cultura utilitarista predomina. Como objetos comprados, descartáveis, “use e jogue fora”, os valores de uma ética de partilha e solidariedade são atirados no lixo sem o menor pudor.
 
O Advento e a Natalidade do Senhor nada significam, hoje. O problema, no entanto, são os valores veiculados em substituição aos tradicionais sobre amor, solidariedade, compaixão e cuidado com o outro. Ideias voyeuristas expõem o ser humano como mercadoria barata, afirmando isoladamente a falta de importância das mesmas. Como diz Jurandyr Freire, vive-se uma cultura sitiada pelo dinheiro nas festas de fim de ano. Uma geração inteira encontra-se dopada, quando se encarrega de adotar e veicular os “novos valores” sem nenhum controle. A compulsão do evangelical business não deve ser desprezada. A juventude evangélica, “diante do trono” gospel, sabe muito bem que estamos falando da cultura do dinheiro. Aderimos ao tema mundial “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Fim de papo.
 
Consumo rápido, fast-food: molho de tomate, hamburguer são alimento e sangue dessa nova cultura. Jovens evangélicos abraçam o gospel como religião emocional salvadora. São inaugurados bares e boates gospel para o compartilhamento cultural do novo jeito de ser “crente moderno”. Jovens de outras tendências, possivelmente não-religiosos, extasiados, adeptos confessos da cultura rock, marcam os costumes das novas gerações com piercings, tatuagens, uso “quase livre” de drogas estimulantes, para vários fins, como os comprimidos de ecstasy e viagra para a inapetência geral. Vale tudo, enquanto são convidados a esquecer a História, as lutas pelas liberdades civis e direitos fundamentais do homem e da mulher. O passado não interessa, o presente justifica tudo. Comamos e bebamos, aproveitemos, porque amanhã... não interessa.
 
Poucas décadas atrás, o anseio de liberdade devido às ditaduras e a sustentação de totalitarismos em todos os quadrantes, a precarização do ensino, o desemprego, a ausência de liberdades civis, cidadania, direitos humanos, levava os jovens às ruas. Quem imagina jovens apaixonados por festivais gospel, e encontros carismáticos, “marchas-com-jesus”, frequentadores de shoppings, nas ruas reivindicando direitos fundamentais para a sociedade toda? A obsessão consigo mesmos se manifesta menos no ardor do gozo da juventude que no medo da velhice, da doença, na panacéia oferecida como remédio para aproveitar bem o tempo em atividades que dão prazer ao corpo, a qualquer custo, menos que os prazeres da alma e do espírito (Gilles Lipovetsky). 
 
Há inquietações, no entanto. Tudo deveria inquietar e desassossegar. O terrorismo e seus estragos na paz mundial que nunca chega, a fome global, a poluição urbana, a ausência da socialização das riquezas monetárias (nunca tantas pessoas tiveram tanto dinheiro, bens, posses, possibilidades que envolvem o direito à propriedade ilimitada), a violência nas periferias das metrópoles, a fragilidade do corpo diante de enfermidades antigas e recentes (o drogadismo farmacológico, entre outras). A compulsão consumista equivale às demais compulsões pelo álcool, pelas drogas leves ou pesadas, pelo sexo, pelo jogo, pelo trabalho sem repouso.
 
Entre os etariamente maduros, também, todos ficam felizes. No Natal, nas comemorações com parentes e amigos, falaremos de moral, ciência, religião, política partidária, esportes, amor, filhos, saúde, alimentação saudável, esteira rolante, eletrocardiograma, mamografia, ultrasom, próstata, colunoscopia, medicina de ponta, e mesmo assim chega o dia inevitável em que se vai para o caixão. “E virá a próxima geração de idiotas, que também falará sobre a vida e o que é apropriado para se viver bem. Meu pai se matou, os jornais o deixavam deprimido. E você pode culpá-lo com o horror, a corrupção, a ignorância, a pobreza, o genocídio, o aquecimento global, o terrorismo, os valores morais imbecis e os imbecis armados até os dentes”? (Woody Allen). Levar gol contra acaba cansando... Contudo, urge observar os temas do Advento do Senhor.

 
É pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor do livro “O Dragão que Habita em Nós” (2010).

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Lá vem o Sol...


Lá vem o Sol... 
Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas. (Malaquias 4.2.)

Adventus Redendoris (a vinda do Redentor)
O Natal (Teologia da Encarnação) e a Páscoa (Teologia da Ressurreição) se constituem nas mais importantes solenidades da tradição cristã. O Natal, porque faz referência à encarnação do Salvador divino, na criança humilde de Jesus, filho de Maria, na época em que Herodes Antipas era o tetrarca da Galiléia; e a Páscoa, porque rememora a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida no período em que Pôncio Pilatos governava a Judéia.

No entanto, não se trata de mera retrospectiva histórica, mas, antes, de atualização celebrativa de um acontecimento salvífico que tem implicações para o presente e é determinante em relação ao futuro daqueles e daquelas que o celebram com fé.
A Páscoa cristã é a festa mais antiga, e já era comemorada no final do primeiro século da nossa era. O Natal é mais tardio, e só se fixou a partir do século IV, mas isso a partir da tradicional celebração do dia de Epifania (6 de janeiro), que já era comemorada em meados do primeiro século.
A Epifania (palavra que significa “manifestação”) era festejada pelos cristãos já no final do primeiro século e início do segundo (a ponto de ficar registrada nos Evangelhos, cf. Mt 2), como a evidência de que o evangelho de Jesus Cristo não era uma exclusividade dos judeus-cristãos, mas uma manifestação da graça de Deus para toda a humanidade. Por isso, recorda-se, nessa festa, a visita dos Magos, que vieram do Ori¬nte para saudar o Deus-criança e dar-lhe presentes; bem como o Batismo do Senhor, ocasião em que Jesus se apresenta publicamente como Filho de Deus; e ainda a realização do seu primeiro milagre, na cidade de Caná da Galiléia, pelo qual Jesus inicia publicamente seu ministério.
O Ano Litúrgico começa com o período do Advento, no quarto Domingo que antecede o Natal. A palavra “advento” vem do latim Adventus Redemptoris, ou “a vinda do Redentor”. Mais do que um período preparativo para festejar o Natal, o Advento nos alerta para a necessidade de nos prepararmos diante do evento final da história: o Segundo Advento de Cristo. A criança de Belém é o Senhor e Juiz das nações, que virá em poder e glória no fim dos tempos para estabelecer o reino pelo qual pedimos na Oração que ele mesmo nos ensinou.

A tonalidade de fundo que percorre o I Domingo é a da espera vigilante do Senhor. Ele anuncia o seu retorno. Devemos estar alertas. As nações se reunirão. O dia está próximo (ciclo A). De fato, esperamos que o Senhor Jesus se revele. Quando vier, tudo será restaurado, o universo e cada um de nós (ciclo B). É preciso vigiar e estar pronto para comparecer de pé diante do Filho do homem. Um germe de justiça se instaurará no fim dos tempos, pelo que devemos estar firmes e irrepreensíveis (ciclo C).

Se o reino dos céus está próximo, é mister preparar os caminhos. É o tema específico do II Domingo do Advento. O Espírito está sobre o Senhor e nele as promessas são confirmadas (ciclo A). Preparar os caminhos significa preparar um mundo novo, uma terra nova (ciclo B). Devemos saber ver a salvação de Deus, cobrir-nos com o manto da justiça e revestir-nos do esplendor da glória do Senhor (ciclo C).

O III Domingo apresenta os tempos messiânicos. Deus vem salvar-nos, a sua vinda está próxima, as curas são o sinal de sua presença (ciclo A). No meio de nós está alguém que não conhecemos. Exultamos pela presença de quem está marcado pelo Espírito (ciclo B). Um mais poderoso que João Batista deve chegar. Já está aqui. É esse o tempo da fraternidade e da justiça (ciclo C).
O IV Domingo do Advento anuncia a vinda iminente do Messias. José foi pré-advertido. Uma Virgem (uma jovenzinha) conceberá o Filho de Deus, Jesus Cristo, da estirpe de Davi (ciclo A). A notícia é comunicada a Maria. O trono de Davi será firme para sempre. O mistério calado por Deus durante séculos é agora revelado (ciclo B). Também Isabel agora sabe. De Judá sairá aquele que vai reger Israel. Ele vem para cumprir a vontade de Deus (ciclo C).


Luiz Carlos Ramos Luiz Carlos Ramos Pastor Metodista e Teólogo. Graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul (1983). Mestre (1996) e Doutor (2005) em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Atualmente é Professor da Universidade Metodista de São Paulo, onde também coordena o setor de Liturgia e Arte. 
 
Fonte: http://www.novosdialogos.com/artigo.asp?id=732

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Paradoxo de Gênesis: Crescer e multiplicar ou cuidar do Jardim


Paradoxo de Gênesis: Crescer e multiplicar ou cuidar do Jardim 
 
A Bíblia tem vários paradoxos e isto a faz ser o livro que é (a ação de Deus na história), permite reflexões sobre quem somos, o que fazemos e como nos relacionamos com sua criação.

Em Gênesis 1.28a pode-se ler “ Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se!”. Cumprimos a risca esta mandamento.

No segundo semestre de 2011 a humanidade chegou ao número de 7 bilhões de pessoas, sendo que em 2050 seremos aproximadamente 9 bilhões. O primeiro bilhão chegou em 1800, o segundo bilhão em 1930, o terceiro em 1960, o quarto em 1975, o quinto em 1987, o sexto em 2000. Nos últimos 130 anos, nós usufruímos de todos os avanços que a ciência trouxe na medicina (antibióticos, vacinas), nos alimentos (melhoramento genético, aumento da produtividade) e nas tecnologias (luz elétrica, carros, informática, internet etc.). Apesar dos avanços e controle de natalidade nos países desenvolvidos, a taxa de crescimento em países pobres chega a 3 a 4 filhos por mulher, principalmente nos países mulçumanos. Crescemos e continuaremos a crescer nas próximas décadas nas mais diversas partes do mundo.

Até 2020 seremos quase 2 bilhões de consumidores vorazes por mais alimentos (principalmente carne e lácteos), novos produtos eletrônicos (smartphones, tablets), carros, viagens, produtos de beleza e tantas outras coisas que o nosso desejo consumista pedir.

A humanidade ocupou todos os espaços possíveis do Planeta (Antártida é a exceção devido as condições extremamente adversas de frio) usando os recursos naturais, construindo suas casas, erguendo suas cidades e estabelecendo suas culturas.

Dominamos a Terra com nossa ciência, tecnologia e determinação, provamos nossa força dominando uma parte das forças da natureza. Erradicamos doenças, produzimos mais alimentos, encurtamos as distâncias com o avião, trocamos mensagens instantâneas com qualquer pessoa a qualquer hora, chegamos a Lua.

Mas como gerenciar um mundo com 9 bilhões de pessoas onde serão necessárias mais comida para matar a forme, mais água para produzir alimentos e matar a sede e mais energia para produzir e manter tantas pessoas no planeta?

Em Gênesis 2.15 diz : ”O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.

Ao ler este texto surge o paradoxo: Somos convocados a crescer e multiplicar e ao mesmo tempo cuidar e cultivar. O que é mais importante? Infelizmente estamos sendo muito competentes em relação à Gênesis 1.28, mas relapsos com Gênesis 2.15.

Conforme o índice de footprint (pegada ecológica) desenvolvido pela WWF (World Wildlife Fund) atualmente precisaríamos de 3 planetas para manter o ritmo de consumo que temos no mundo (sendo que atualmente não chegamos a 1 bilhão de consumidores). Ou que gastamos anualmente 30% a mais de recursos naturais do que o planeta pode renovar. Produzimos mais lixo atualmente do que toda história da humanidade (aproximadamente 1Kg/dia), tanto que temos dificuldade de encontrar alternativas do que fazer com ele. Apesar de nossa capacidade de produzir carros cada vez mais modernos e potentes, nossa média horária (16 km/h na cidade de São Paulo) é a mesma das carroças de 1900 (piorando a cada dia).

Há uma urgência indiscutível de encontrarmos uma forma de gerenciar nosso crescimento demográfico com qualidade e sustentabilidade (cuidar do jardim). Rever nosso estilo de vida já é um primeiro passo para que possamos entender quais são as ações que devemos fazer. Mas precisamos ir além, precisamos mobilizar nossas famílias, nossas igrejas, nossos bairros, nossas cidades na construção de políticas publicas eficientes e responsáveis. Cuidar do planeta é uma premissa que existe desde o início de nossa história neste planeta. Somos os mordomos, somos os administradores. Foi nos dado por Deus as condições para crescermos no jardim, mas também foi nos dado o poder e a capacidade de cuidar deste mesmo jardim. Desta forma, quando jogamos metade do esgoto das cidades do Brasil no meio ambiente sem nenhum tipo de tratamento, estamos mostrando nossa falta de compromisso com o cuidado da criação de Deus, pois como disse Paulo: “Todas as coisas foram feitas por Ele e para Ele”.

Este paradoxo de Gênesis mostra que devemos, sim, crescer, mas precisamos, sim, cuidar, precisamos ser sustentáveis, precisamos entender que vivemos num mundo com recursos finitos, precisamos entender que somos mordomos e que o Dono voltará para nos cobrar sobre como administramos os recursos que nos foi confiado.

A responsabilidade desta geração é iniciar o processo de harmonia entre Gênesis 1.28 com Gênesis 2.15. Literalmente, é a construção de um mundo novo.

Mateus 25.14-29 conta a história de um senhor que deixou talentos (recursos) para seus mordomos de forma que estes cuidassem e os fizessem prosperar. Um dia este senhor voltou para cobrar o que era seu.

Quando Jesus voltar, qual o tipo de planeta estaremos entregando a Ele?


Marcos Custódio Marcos Custódio Marcos Custodio é formado em Química, mestre em Ciências dos Alimentos. Desde 2002 está envolvido com organizações ambientalistas, tendo sido por 5 anos Diretor Executivo da organização ambientalista cristã A Rocha Brasil. Atualmente é consultor na área de Sustentabilidade e Gestão do Terceiro Setor. 

Fonte:http://www.novosdialogos.com/artigo.asp?id=726

sábado, 12 de novembro de 2011

Que juventude?

O texto a seguir foi retirado do blog da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS). Manuela tem apenas 30 anos e é a relatora do projeto de lei que cria o Estatuto da Juventude, fato que noticiamos no dia 5 de outubro. O projeto tem causado polêmica na mídia por uma série de fatores. Nós aqui do Ultimato Jovem queremos saber: você tem acompanhado essa discussão? Qual a sua opinião a respeito do Estatuto e das críticasque têm sido feitas?
É comum  lermos formulações sobre os gargalos do desenvolvimento do Brasil. Não há estudo ou matéria jornalística que não elenque o tema da formação educacional e qualificação profissional dos jovens como problema a ser enfrentado para o Brasil crescer de maneira sustentável. É também comum vermos jovens estampados nas capas dos jornais em matérias sobre tráfico e consumo de drogas ou violência urbana. Adolescentes assassinos rendem semanas de campanha pela redução da maioridade penal. Mau desempenho brasileiro nas avaliações educacionais também. Mas, concretamente, que projeto temos para a juventude brasileira e o que a juventude quer para si? Abaixo discorro sobre polêmicas envolvendo o recém aprovado Estatuto da Juventude (veja aqui as reuniões na Câmara a esse respeito). Fiquei surpresa com o impacto de sua aprovação na mídia. Mais ainda com o ataque a essa legislação que trata de enfrentar problemas tantas vezes denunciados pela própria mídia. Vou às questões.
- de onde surgiu esse relatório?
O projeto aprovado tramita há sete anos na Câmara. Foi objeto de duas comissões especiais. Ambas foram presididas pelo deputado tucano Lobbe Neto e relatadas pelo deputado Reginaldo Lopes, e depois por mim. Esse relatório foi construído por mais de vinte deputados e contou com a maior participação popular da história (com base no portal eDemocracia). Depois disso, o plenário da Câmara o aprovou por unanimidade, ou seja, todos os deputados concordaram. Não existe o relatório da Manuela. Ele é da Câmara.
- jovem até os 29?!?
Segundo a ONU, são jovens aqueles com até 29 anos de idade. Como e por quê? Juventude é fase construída socialmente. E a principal característica é ser a etapa de preparação para a vida que levaremos por todo o período em que seremos adultos. Por isso, o recém aprovado Estatuto da Juventude trabalha com três momentos: jovens adolescentes, jovens e jovens adultos. Não são todos iguais. Mas são etapas complementares preparatórias para a vida adulta. Esse é o reconhecimento por parte do Estado de que existe, sim, uma fase preparatória, que essa fase é distinta. Como é distinta a vida adulta ou a terceira idade.
- quais direitos?
O Estatuto conta com mais de 40 artigos. Uma parte de direitos e outra de consolidação do Sistema Nacional de Juventude (deixando de ser vontade de governos e passando a ser de Estado). A primeira parte chamou atenção pela meia entrada. As demais foram solenemente ignoradas pela mídia. Vejam só: a meia entrada tomou essa proporção em função das negociações com a FIFA. Mas seria correto o Congresso parar de fazer leis em função de 40 dias de evento? Não. Além disso, a parte é genérica, deixando claro que precisaremos regulamentar. É um debate inicial! Terá subsidio? Eu defendo que sim. Como será executado? Temos que discutir. Mas não é brincadeira. Basta dizer que a meia entrada pode voltar que os ataques são cruéis. Como se fosse um crime garantir a educação integral para a juventude. Mas não é dessa juventude que cobramos qualificação, formação, nível intelectual? Acaso sabemos que a maior parte não freqüenta estabelecimentos culturais por falta de dinheiro? Acho super justa a preocupação com elevação de preços para os demais. Por isso defendo subsidio. Mas não seria legal os jornalistas terem me perguntado?
A segunda polêmica girou em torno da meia passagem. Acaso não sabem que grande parte da evasão escolar é por causa do transporte? Acaso não sabem que a lei não garantia transporte para ensino médio e superior? Acaso não sabem que a medida que garantimos vagas em escolas técnicas e ensino superior (como o Prouni, por exemplo) aumenta o problema desses jovens com o transporte público? Acaso leram o texto? Não me parece.
Enquanto isso, a aprovação do Estatuto, além do que representa para a juventude do país, representa um grande avanço e mostra a superação de um antigo entrave. Falo do acordo inédito que construímos entre a bancada evangélica e a bancada que defende os direitos da comunidade LGBT no Congresso. A aprovação do texto – elaborado com todas as bancadas e aprovado com consenso – permitiu que, pela primeira vez na história da Câmara, viabilizássemos um acordo entre as duas bancadas. O concerto que conquistamos – com muito diálogo, interlocução, que representa e respeita o que defendem os dois grupos – vira uma página da nossa história. O resultado: superamos antigas barreiras e mantivemos no texto o combate ao preconceito e a inclusão da educação sexual nas escolas. Ou seja, garantimos constitucionalmente – também pela primeira vez – direitos para a comunidade LGBT. Evangélicos e comunidade LGBT chegaram a um entendimento que nos conduz a um novo patamar em função de um objetivo maior e comum a todos: reconhecer a importância do Estado garantir direitos e políticas públicas para os jovens brasileiros.
Quem viu isso? Quem deu essa notícia? Não li. Por isso, gente, peço atenção ao que lêem. Enfrentar interesses poderosos não é fácil. E, estranhamente, quando surge uma legislação que não trata os jovens como bandidos ou marginais muitos caem em cima. Pensem. Porque será? Que juventude querem? Eu quero aquela livre!

Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2011/10/21/que-juventude/#more-1222

#Música para Juventude


Leon Souza
Unijovem Mares

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

#Música para Juventude



Leon Souza
Unijovem Mares

CONECTADOS COM DEUS


SENHOR, por que estás offline para mim?
Permanecerás para sempre invisível?
Tua caixa de mensagem, Redentor meu,
Está cheia das minhas orações.

De madrugada, espero “Deus acabou de entrar”.
Não me deixes apertando F5 o tempo todo.
Podes chamar a minha atenção, ó Pai,
Quantas vezes forem necessárias

Pois, sem tuas atualizações,
O pecado espalha como vírus,
Contaminando as pastas da minha vida.
Tal spam, a tentação quer só um click.

Varredura faça em mim, Santo Espírito,
Delete da minha programação todo mal
E instale, como queres, as virtudes reais,
Pois das virtuais sei que estás cansado.

Louvado seja o programador da vida
Retwittem tudo que Ele postou
Pois os que curtem o que Ele escreveu,
Os que são seus amigos e o seguem,
Terão uma net que jamais cairá,
Uma rede de eterno descanso.
Flávio Américo

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

#Música para Juventude

 
Leon Souza 
Unijovem Mares

O Anabatismo e a Reforma Radical

No dia 31 de outubro de 1517 um monge agostiniano, Martinho Lutero, afixou na porta da Catedral de Wittemberg 95 teses que queria discutir com a comunidade acadêmica e que versavam sobre a autoridade papal para perdoar pecados e vender indulgências. Este fato é tido como o ponto inicial do movimento da Reforma Protestante do século XVI.
Lutero foi seguido por Calvino, quem foi o Reformador de Genebra, onde estabeleceu uma nova forma de governo, formado pelo Consistório, um modelo mais representativo de participação popular no governo da cidade.
 
Em Zurich surgiu Huldreich Zwínglio, quem foi Reformador. Como ponto central de sua ideia reformadora estava o fato de que as Escrituras, e somente elas, são obrigatórias aos crentes e normatizam a vida de fé e prática. Zwínglio cria que a comunidade era a palavra final na interpretação das Escrituras, criando um conceito que mais tarde veio a se chamar “comunidade hermenêutica”. Com esta posição Zwínglio estava sentando as bases para o movimento da Reforma Radical, também conhecido por Anabatismo.
 
Três dos seus seguidores, inconformados com a falta de coragem de Zwínglio em levar às últimas consequências as afirmações que sustentava, acreditava que o batismo, por ser um ato de fé, só pode ser feito por quem tenha consciência do ato. Negavam assim a validade da prática do batismo infantil. Estes três discípulos do reformador suíço, Blaurock, Grebel e Mantz, decidiram se rebatizar. O fato teve profundas implicações políticas, porque ao se rebatizarem, estavam negando o poder estatal de decidir a religião dos súditos, afirmando que a fé é uma questão de foro íntimo e que ninguém pode decidir por alguém qual a religião que irá seguir. Assim passaram a pregar a separação da igreja e do Estado, fato revolucionário em uma época em que a Igreja Católica era um Estado, em que Lutero e Calvino estavam vinculados ao Estado seja para proteção ou para governo, e Zwínglio estava em caminho parecido ao dos demais reformadores.
 
Os anabatistas foram perseguidos por suas posições revolucionárias e fugiram de uma parte a outra da Europa, em busca de regiões onde reis os tolerassem. Desenvolveram a ética do trabalho, sendo exímios lavradores, forma encontrada para evitar que fossem constantemente expulsos, por causa dos lucros que traziam.
 
Os anabatistas também foram conhecidos como os propulsores da Reforma Radical, por suas posições doutrinárias e políticas. Muitos deram suas vidas por crer na separação entre a Igreja e o Estado, coisa tremendamente revolucionária naquele tempo e que se tornou padrão entre quase todas as igrejas evangélicas do século XXI.
 
Outro aspecto foi a radical observância do princípio da não-violência, negando a pena de morte e até a morte por legítima defesa. As igrejas anabatistas são conhecidas como “igrejas da paz”, pois muitos de seus membros se recusam ao serviço militar, a pegar em armas e não apoiam ações bélicas, pois rejeitam a ideia da “guerra justa”.
O conceito de separação da Igreja e do Estado foi ganhando força e hoje é aceito na quase totalidade dos países do mundo ocidental. O modelo constitucional norte americano da completa separação está influenciado por anabatistas e não é coincidência que a declaração de independência tenha sido feita na Pennsylvania, terra então majoritariamente habitada por Menonitas, Quackers e Irmandade.
 
Há um outro elemento no anabatismo: o estilo de vida simples. Afirmam que a pessoa deve viver com o mínimo para que tenha uma vida decente, mas sem se entregar ao luxo e ao consumismo. Entre os mais radicais estão os Amish, que se recusam a usar energia elétrica, telefone, carros, usam charretes e se vestem de forma simples, com roupas escuras e sem adornos. Outros, menos radicais, procuram não ter mais que um aparelho de TV na casa, compram somente o que é necessário e evitam coisas caras e dispendiosas.
 
Este modelo de vida é, muitas vezes, acompanhado de outro elemento: evitam gastar consigo mesmo para que possam ter mais para ajudar pessoas que realmente estão em necessidade. A conjunção da não-violência com o estilo de vida simples tem produzido pessoas que são verdadeiros exemplos de vida e de serviço.
 
No próximo dia 31, comemoramos mais um aniversário da Reforma Protestante, e, mais do que nunca, estes princípios de separação da Igreja e Estado precisam ser relembrados, em um momento em que setores da igreja evangélica brasileira se envolvem com a política, transformam púlpitos em palanques e têm projetos de criar um estado religioso de fundamentação cristã/evangélica. Isto é negar um dos elementos basilares da Reforma. 

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Marcos Inhauser é professor, teólogo e educador corporativo.
www.pastoralia.com.br

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

#Música para Juventude

Vale lembrar, celebrar e se emocionar!

Leon Souza
Unijovem Mares

E lá vamos nós!

Oi gente, tudo certo?!

Queremos nos retratar com vocês pois na semana passada não postamos no Blog e nem informamos previamente o motivo.
E o motivo foi justamente o montante das atividades e a falta de ajuste do tempo para tanta coisa. Desculpem-nos, ou melhor me desculpem pois cabe a mim essa tarefa.
A semana que passou e esta,  muitas coisas ocorreram como greves, paralisações, eventos e muito trabalho. Amanhã começa o Horário de Verão, tomemos cuidado para não perdermos tempo, certo?
Vou aproveitar o momento e lembrar que amanhã também as 15h30min, a União de Adolescentes( nossos irmãos caçulas) promoverão uma palestra com a Médica Pediatra Drª Adriana, lá na igreja mesmo. Será um importante evento e sem dúvida muito bom que participemos.
Domingo teremos EBD as 09h00min, e a tarde ALTA FREQUÊNCIA 17h00min, em seguida a partir das 18h30min, teremos o cumprimento de uma das ordenanças de Jesus realizada até os dia de hoje que é a celebração da CEIA DO SENHOR. 
É importante que nos lembremos do quão importante fora este ensinamento que os apóstolos fizeram questão de que os cristãos nunca deixassem de cumprir em memoria do Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por fim queremos parabenizar nossas crianças pelo ultimo dia 12 de Outubro, que nelas possamos ser aquilo que Deus espera de nós.
E não podemos esquecer de nossos professores e mestres, rogando a Deus que neste país possam ser mais respeitados e melhor remunerados como realmente merecem. Parabéns pelo 15 de Outubro, Dia do Professor.

Um forte abraço,

"d'Ele por Ele e para Ele são todas as coisas"

Leon Souza
Unijovem Mares

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

#Música para Juventude

Uma das vozes femininas mais belas da Bossa Nova, ouçam nossa irmã Wanda Sá.

Leon Souza
Unijovem Mares

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O que se espera dos jovens de hoje?



Você tem servido como referência para as outras pessoas?
Ainda hoje, muitos cristãos entendem que os jovens são a igreja de amanhã, mesmo sendo eles a igreja de hoje. Essa projeção acontece porque se espera dessa geração um envolvimento maior com o evangelho de Cristo, a exemplo dos jovens que compunham as gerações passadas, que fizeram a diferença e se tornaram mola propulsora para o crescimento do Reino.
A Bíblia está cheia de jovens que marcaram sua história e que são provas de que Deus faz deles seus instrumentos para transformar o mundo. Certa vez, Paulo disse para um jovem chamado Timóteo: ”Sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza”. Os fiéis a que Paulo se refere para que Timóteo fosse um exemplo são os anciãos da igreja primitiva, homens como Crescente, Tito, Marcos e Lucas.
O caminho sugerido por Paulo é incomum até mesmo nos dias de hoje. O normal são os mais velhos servirem de exemplo para os mais novos, mas nesta recomendação Paulo inverte o comum e exige do jovem Timóteo o que não se exige dos jovens de hoje: para que sejam referência para as referências. Paulo queria que a vida de Timóteo fosse um exemplo, uma pregação proclamada ainda que calada. Ele quer que Timóteo seja uma pregação viva, uma admoestação aos olhos e não somente aos ouvidos, e faz isso por um único motivo: sabe que existe um potencial enorme para o reino de Deus na vida de um jovem.
A história prova que os jovens têm a força. Lutero tinha apenas 31 anos de idade quando as “95 teses” foram afixadas na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Calvino tinha apenas 27 anos de idade quando revolucionou a França ao ponto de ter que fugir para Genebra para não ser preso. Moody tinha somente 25 anos quando, em Chicago, sua escola dominical tinha mais de 1000 crianças, fato que chamou a atenção nos EUA ao ponto de o presidente americano Abraham Lincoln visitar a escola. Billy Graham, com 30 anos, já havia pregado para mais de 210 milhões de pessoas em 185 países. Martin Luther King Jr. tinha 26 anos de idade quando liderou um movimento contra a desigualdade racial, foi preso e teve sua casa atacada. Tornou-se também a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz.
Deus conta com os jovens, mostra que os jovens podem ser usados. Resta agora que eles se entreguem sem reserva para verem o que Deus pode fazer por meio deles.
“Preparem-se, meus jovens, para se tornarem cada vez mais fracos; preparem-se para mergulhar a níveis cada vez mais baixos de auto-estima; preparem-se para a autoaniquilação – e orem para que Deus apresse este processo.”
C. H. Spurgeon
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Alan Corrêa é líder jovens na Igreja Batista Nacional, em São Bernardo (SP) e aluno do 3° ano de teologia pela faculdade FABC.
Fonte: http://ultimato.com.br/sites/jovem/2011/09/05/o-que-se-espera-dos-jovens-de-hoje/

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

#Música para Juventude

Oi gente, um bom grupo musical cristão e uma bela canção para nossos dias, edifiquem-se.

Abração!

Leon Souza
Unijovem Mares

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Os evangélicos e a pororoca gay


Vive-se sob o impacto da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em legalizar as uniões homoeróticas. Uma Assembleia Constituinte soberana, tanto na intenção como na redação, restringiu esse instituto a um homem e uma mulher. Igualmente o Código Civil. A decisão do STF contrariou a intenção e o texto do legislador. A função legisferante é competência do Legislativo, mas as Medidas Provisórias (MP), os decretos e as portarias deslocam essa função para o Executivo, fragilizando a democracia. Vem crescendo essa indesejável função legisferante também por parte do Poder Judiciário, nas “interpretações” de evidente viés ideológico. Uma corte de militantes é outro risco para a democracia e para a segurança jurídica dos cidadãos. Outras “interpretações” não tardarão, impondo uma camisa de força sobre a liberdade do Legislativo quanto a essa matéria, como a PLC 122 -- um atentado à liberdade de expressão e à liberdade religiosa. Ela foi aprovada na Câmara dos Deputados, ausentes todos os deputados evangélicos, e nenhum advogado representando qualquer organização protestante se fez ouvir no STF. Os escombros do Muro de Berlim caíram sobre as ideologias contemporâneas e o vazio foi preenchido pela chatice do “politicamente correto” (puritanismo de esquerda), pela defesa do multiculturalismo contra valores universais, pela cultura da morte, pelo relativismo pós-moderno e pela a agenda GLSTB, enquanto prospera o hedonismo consumista egoísta e alienante. Afirmei: “Pobre geração, que a única utopia que lhe restou foi a defesa da sodomia!”. A articulação internacional dos homossexuais e das elites secularistas foi a mais conhecida pela humanidade, com uma plataforma: descriminalização, retirada do rol das enfermidades (decisão política e não científica), legalização, paralisação dos oponentes sob a pecha de “homofobia” e, por fim, criminalização dos “homofóbicos”. Afirma-se o caráter natural, inevitável e irreversível dessa “orientação” (predestinação erótica). Igrejas demoraram a perceber a nova “revolução cultural”, e com um déficit de estudo sobre a sexualidade, se sentem ameaçadas e acuadas ou, pelo liberalismo teológico, legitimam o homossexualismo para a ordenação dos seus ministros e a bênção de uniões. O que se iniciou na Europa e na América do Norte chegou ao Brasil, como sempre: “As aves que aqui gorjeiam, gorjeiam como lá”. Em 1998 votei, com a maioria (mais de 80%) dos bispos anglicanos de todo o mundo, na Conferência de Lambeth, a Resolução 1.10, afirmando a sexualidade como um dom de Deus, a ser exercitada no matrimônio heterossexual monogâmico vitalício, reconhecendo vocações especiais para o celibato e a existência de pessoas com tendências homoeróticas, a serem acolhidas e escutadas pastoralmente, sob o princípio de ser a sua prática contrária ao ensino das Sagradas Escrituras. Os Cânones da Diocese do Recife acolheram esses princípios; a crise do anglicanismo é, em muito, decorrente da rebelião da minoria contra essa resolução. Em carta-aberta ao Senado, defendi a dignidade de toda pessoa humana, os direitos civis de todos os cidadãos, a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e a posição contrária à criação de um ente familiar homoerótico e à criminalização dos heterossexuais que não aceitam a normalidade do homossexualismo (heterofobia). Tenho afirmado que todo discurso científico é uma descrição da natureza caída (depravação total), que a inclinação/tentação homoerótica é uma das manifestações da queda, uma enfermidade espiritual, um desvio de conduta, um pecado, como tantos outros, que demanda, igualmente, arrependimento e novidade de vida. O sangue de Cristo lava todos os pecados, e o poder do Espírito Santo, pela igreja como comunidade terapêutica, ou pelos instrumentos científicos disponíveis, pode fazer nova todas as coisas, transformando-as à imagem do caráter de Jesus. Fui tachado de “retrógrado” e “homofóbico”. Seria discriminatório com os homossexuais se os tratasse de forma diferente dos demais pecadores. Não querem ser considerados pecadores, celebrando o “orgulho” da sua condição em “paradas” financiadas com o dinheiro do contribuinte, qualquer que seja o partido nas diversas esferas do poder estatal. Além do ensino e da pastoral interna, temos um mandato cultural, a necessidade de evangelizar a cultura, o dever de expor e propor os direitos e os deveres naturais, os valores do reino e a busca do bem-comum na esfera pública, o exercício do profetismo, a pecaminosidade universal e a possibilidade universal de perdão, reconciliação, conversão e santificação. Devemos pregar nos templos e nos espaços públicos (os “areópagos”) o que as Escrituras ensinam, e o consenso dos fiéis o entendeu por 2 mil anos. Não podemos aceitar o veto do espírito do século, ou revisar conceitos (não preconceitos), “humanizar Deus” buscando respeitabilidade, ou abandonar os ex-homossexuais. As “pororocas” da história passam. A Igreja permanece. O “evangélico” protestantismo, já não é tão amplamente “evangélico” assim. Além do fundamentalismo, o liberalismo é um desafio concreto.


• Dom Robinson Cavalcanti é bispo anglicano da Diocese do Recife e autor de, entre outros, Cristianismo e Política -- teoria bíblica e prática históricaA Igreja, o País e o Mundo -- desafios a uma fé engajada e “Anglicanismo -- identidade, relevância, desafios”.
www.dar.com.br

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

#Música para Juventude

Olá amigos, mais uma vez perdão pelo atraso, esta semana teremos duas edições do #Música para Juventude.E pelas passagens do 07 e 11/09, fiquem com Perfeição.



Abração!

Leon Souza
Unijovem Mares

#jogosdajuventudemares

Olá amigos!

Primeiro pedimos desculpas por termos ficado um tempo fora sem escrever alguma coisa. Passávamos por problemas técnicos e então não fora possível dar continuidade em nossas postagens.
Mas, já estamos de volta e agora com a corda toda. Chegaram os tempos dos #jogosdajuventudemares que serão abertos pelo 3º Desafio de Boliche na Sexta as 19h00min no Aeroclube Plaza Show, Boca do Rio.
E depois no Sábado pela manhã na nossa bela praia da Ribeira teremos o Torneio Misto de Voley de Praia as 08h00min.
E para fecharmos o fim de semana e rodada com chave de ouro faremos a Tarde de Jogos no salão da nossa igreja mesmo, a partir das 14h30min, com tênis de mesa, xadrez, dama, futebol de mesa e playstation.
E ainda com local a confirmar mas com data certa a partir das 8h00min do dia 24/09/11, teremos o nosso Torneio de Futsal.
Gostaríamos de dizer que esse é vento de jovens e adolescentes é um momento para lazer, comunhão descontração e muito talento esportivo. Meninos e maninas deverão participar, lembramos que as meninas terão no Torneio de Futsal jogos somente delas, com toda a ginga e jeito de jogar que só elas sabem.
Então vamos nessa, vai ser imperdível, você não pode ficar de fora.
Beijão e forte abraço!

Leon Souza
Unijovem Mares



PS: Todas as atividades realicionadas aos #jogosdajuventudemares estão no nosso facebook, Unijovem Mares.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

#Música para Juventude

Hoje com João Alexandre, boa reflexão!
 
Leon Souza
Unijovem Mares

93 ANOS Igreja Batista dos Mares

Parabéns!

A juventude da Igreja Batista dos Mares está contente, pois hoje é o seu aniversário.
Desejamos aos membros cada vez mais amor e comunhão, aos pastores e líderes, sabedoria, e a todos quantos quiserem dela participar nossas boas vindas em Cristo.
Desde hoje até o Domingo, seremos pastoreados pelo Rev. Luiz Sayão, pastor e renomado teólogo brasileiro.
Que a cada ano possamos ser a Igreja que Cristo desejou e assim cumpramos a sua vontade.

Sola Gratia
Sola Fide 
Solus Christus
Sola Scriptura 
Soli Deo Gloria

Leon Souza
Unijovem Mares



Te Encontro em Casa (Parte 3) Valeu #mêsdajuventudemares!!!

Olá gente boa!

Findamos mais um mês da juventude em nossa comunidade de fé, diante de muitos desafios fomos levados a unirmos as nossas vidas mais e mais, e isso com programações que em muito nos edificaram e ajudaram-nos em uma reflexão profunda a respeito de seguir a Jesus. Ele vida e obra em um só ser, onde e com quem caminhou, o que disse e fez, todas essas coisas e muitas outras que ainda não aprendemos direito, mas nos esforçaremos e sem dúvida teremos êxito.
Agradeçemos a todos os participantes e desejamos continuar vendo-os em nossos caminhos.
Sábado dia 03/09 é o dia do Te Encontro em Casa, que ocorrerá em alguma residência do grupo que você pertence, e se ainda não sabe, pode ver aqui em nossas postagens a qual equipe faz parte, se não conhece os participantes, entre em contato conosco se integre mais uma vez, será muito divertido, acredite.

Leon Souza
Unijovem Mares

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dia da Esperança #mêsdajuventudemares

"Quando e esperança está dispersa, só a verdade me liberta" Legião Urbana

Olá pessoal, amanhã é o Dia da Esperança evento que realizaremos em nossa igreja a partir das 09h00min, também teremos apresentações de dança e artes marciais ( Morganti Ju-Jitsu) na estação de trem da calçada.
Será um marco, todo este evento que ocorrerá no sábado, pois levaremos informação, esclarecimento e muitas coisas importantes visando contribuir para o crescimento do ser humano como um todo.
Acreditamos que tudo isso está de acordo com cumprimento da missão que Deus nos deu no mundo, haja visto que o evangelho é a boa notícia que podermos dizer ao Homem.
Queremos contar com a ajuda de todos quanto puderem, convidando também aqueles que estiverem próximos a nós, e assim multiplicando as nossa mensagem de esperança.
Aproveitamos para dizer que nossos adolescentes por volta da 16h30min estarão numa iniciativa muito interessante separando o lixo  de um trecho da nossa orla e dando a todos um exemplo de cuidado com o Planeta que Deus criou e nos entregou para cuidar, não para destruir.

Não fiquem de fora!


Leon Souza
Unijovem Mares
@unijovemmares

#Música para Juventude ( Sal da Terra- Beto Guedes & Jota Quest)

Galera do bem, ficamos acordados que toda quinta-feira lançariamos uma música aqui.
Desculpem-nos a demora e curtam Beto Guedes & Jota Quest.





Leon Souza
Unijovem Mares
@unijovemmares




Formatura de Nadilma


Oi gente boa!

Hoje é a formatura de Nadilma, nossa nova psicologa, passou rápido não foi? 
Que nada, a cada minuto deve ter parecido infinito mas, chegou o dia de ser aquilo que tanto se sonhou na carreira profissional.
Vale a pena saber que nossa juventude é academicamente preparada para servir ao mundo e cumprir assim o chamado do nosso Deus.
Estamos muito contentes pela conquista de nossa querida Dilminha, amizade e irmandade é o mais importante que podemos lhe oferecer como prova da nossa satisfação em tê-la no nosso rebanho.
Receba o abraço da Comunidade Unijovem. Assim como estivemos juntos na caminhada até aqui, queremos estar juntos nessa nova etapa também.

'dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas"

Leon Souza
Unijovem Mares 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Te Encontro em Casa (parte 2) #mêsdajuventudemares

Olá galera!

Dessa vez serei mais breve, creio.
Nossa ideia para a segunda parte do Te Encontro em Casa estava relacionada a alguma atividade socioambiental, mas por conta do Dia da Esperança, evento que levará informação e auxilio a nossa comunidade do dia 27/08/2011, sábado, todos podem optar por estarem com seus grupos ajudando como voluntários neste dia.
Contamos com todo apoio, pois receberemos nossos convidados a saber, todos quantos queiram ou sejam levados para participar pela manhã e tarde de atividades que nos darão grande prazer em realizarmos, e ainda mais porque levará uma mensagem da verdade e por isso libertadora.
Os adolescentes já estavam com todo gás para limparem no fim da tarde um trecho da nossa orla itapagipana, creio que podemos, ou melhor devemos nos unir a eles e darmos o bom e grande exemplo de cuidado com o Planeta que Deus deu ao Homem para ser o seu cuidador.

Então, vamos nessa, façam de tudo para estarem sábado lá na nossa igreja batista do mares  a partir das 08h00min, será muito bom!

Leon Souza
Unijovem Mares










sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fim de semana em Alta Freqência!!!

                                                                                        
Olá galera!
Não pensem que vão ficar em casa sem ter o que contar na segunda-feira para seus amigos, pois neste sábado e domingo como parte da programação do #mêsdajuventudemares teremos dois grandes eventos para nossa alegria.

O primeiro é a Noite de Coreografia do grupo Karisma, que mais uma vez receberá várias outras companhias de dança deixando assim a festa mais bela ainda, e será sem dúvida muito especial, todos nós estamos esperando o que vai rolar desta vez da arte de Ana Flávia e sua turma. Não se esqueçam neste sábado 20 de Agosto 19h00min na nossa Igreja Batista nos Mares.
E no domingo 21 de Agosto as 16h00min comemorando o Dia do Jovem Batista teremos o ALTA FREQUÊNCIA, um programa que faz muito sucesso entre os jovens e adolescentes em seus acampamentos e desta vez terá uma edição especial para a ocasião com a programação repleta de vida, felicidade e edificação em nossa igreja também.
Então, espantemos a preguiça, deixemos as velhas desculpas de lado, sigamos o Cristo.

#mêsdajuventudemares

Leon Souza
Unijovem Mares
@unijovemmares
@souza_leon


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

#Música para Juventude

Olá, galera, toda semana incluiremos aqui uma boa música para nossa reflexão, edificação e tudo mais.
Espero que gostem sempre, abração!

Leon Souza
Unijovem Mares
@unijovemmares










À procura


Quando criança sonha-se com muita coisa. Paro nesta frase. Lembro-me, ao escrever esse “quando” inicial, de Paulo e de sua epístola aos coríntios: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.” Esses versos acompanham-me há alguns dias.
Venho caminhando, no pensamento e também fisicamente falando, refletindo no apóstolo e naquilo que em seu falar, sentir e pensar precisava ser esquecido. De fato, parece-me que há um esquecer – ou talvez seja melhor dizer um “desistir”, para sermos mais fiéis ao discípulo de Gamaliel – necessário ao amadurecimento. Diante de um mundo exigente – da urgência imposta ao jovem de se aperfeiçoar nos mais diversos campos do saber e, ao mesmo tempo, da experiência que lhe é cobrada em cada um deles -, é preciso crescer e deixar um pouco de lado o universo infantil e suas fantasias.
Mas o que Paulo tem a ver com tudo isso? – podemos nos perguntar. Pode parecer descontextualizado demais querer trazer o trecho de sua carta para a experiência de um jovem contemporâneo. Penso que não. Ainda que as épocas não coincidam, há sentimentos que continuam sendo universais, há momentos que são (ou ao menos precisariam ser) marcantes. O menino e o homem, por exemplo, separam-se na fala do apóstolo. Duas fases distintas. Consigo visualizar os dois pontos, mas onde está a passagem entre eles? Que as fantasias e o universo infantil fiquem na gaveta, certo. Certo?
Alfineta-me o pensamento, sem que eu mesma queira, a fala de Cristo: “Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele.” Numa avalanche de questões, então, continuo. Como será isto: o reino é para as crianças e o mundo para os adultos? Sim, todos sabemos: o coração é que precisa ser de uma criança! Entrelaçam-se, no entanto, e convenhamos, vivência e sentimento. Para o jovem, a passagem entre os tais dois pontos ainda está sendo feita. Almeja-se a todo tempo o falado equilíbrio entre o que se sonhou e o que se deve ser. Eis a grande tarefa: não deixar a criança brigar demais com o adulto e o adulto não chorar tanto por não ser mais criança.
Quanto aos sonhos, o melhor é submeter-se sempre à soberana vontade do Rei, que os tem mais altos que os nossos, guardados consigo. Por vezes eles se encontram com os nossos deveres e tudo é só uma questão de tempo. Às vezes, no meio do caminho, há uma pedra. Em outras, uma pérola. Esperar deste texto uma resposta? Ele está à procura, como bem se anunciou. É ainda jovem… O bom mesmo é andar com Jesus, conhecedor de todas as fases e tempos e, ao mesmo tempo, Deus te toda a eternidade.

Mariana Furst tem 29 anos é mestre em teoria literária, professora de francês e estuda no Centro Evangélico de Missões

http://ultimato.com.br/sites/jovem/2011/03/30/a-procura/


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Namore uma garota que lê


Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.
É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.
Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.
Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.
Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.
Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.
Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.
Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.
Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico
Tradução e adaptação – Gabriela Ventura

Fonte: http://www.livrosepessoas.com/2011/08/15/namore-uma-garota-que-le/